segunda-feira, 16 de julho de 2012

Conversa

É verdade, eu sei
Não me faço entender
Mas prender pra quê?
Se é tão simples assim, amar assim
E você diz que é tão prática e que tudo você sabe
Mas será?

A razão vale quanto?
E quanto cabe?
E o que se tem, já ninguém sabe
Mas tanto faz
Se fui eu quem sempre complicou mais

E ainda assim
Em abandono velo o sono de sonhar
Só pra te ver melhor
Já sei de cor, todos os quais e os poréns
Tudo que vem pra acalmar e o pior

A intenção de entender
Agora já passou
Tudo ficou pra trás
Sonho é botão de amor
É flor que não se dá
Vai ser como a roupa do rei
Isso eu já sei!

Vai ter que explicar
A eles quem eu sou
E o que restou... de nós depois da dor
Só nós podemos ver
E eu não pude responder as perguntas que o tempo calou

E se hoje então
Já corro o risco de me acharem louco
Falta tão pouco
Se foi tudo em vão
Solto sua mão
Já que tem asas pra voar

Não posso sentir o vento
No primeiro momento
Tudo passa pelo crivo da razão
E depois sim, trago pra mim
Toda essência
O ar que invade o pulmão

Agora que me vejo só
Me encontro bem mais
Do amargo faço cais
Pra ancorar o sentimento
Acelerar o esquecimento
De tudo que vivi, do que eu li

Não estou aqui pra ser só um
Se tenho enfim a quem amar
É... Eu sei, vai estar lá
Aquele alguém
Que prometeu me libertar

Não quero a morte de má vontade
Prefiro a sorte
Um corte sem piedade
Um lago de pranto, de fogo
Um canto que pare esse jogo






Texto de Tuka Borba e Flávia Luiziane