terça-feira, 15 de novembro de 2011

Máxima

Isolado no abatido pensamento
Julgado, fingido nascimento
Sentimento tingindo a dor
Esquálido firmamento, banindo o amor

Eu vejo enquanto espero
O que eu mais quero não virá
É muita areia para ampulheta
Carrega as lágrimas até o mar

Se fosse fácil, eu era
Perto, quem me dera estar lá
Luz, apagado coração
Claro, brocardo que divaga
Mão, que afaga minha cor

Para sentir na pele, abrir os poros
Para caber no colo, amor de um coração deserto
Bem mais perto, bem mais perto

Desinteressadamente observando os esqueletos na fila
Lutando com a noção de que a vida não é um filme

Precisando de um papo de bar
Barbas de molho
Convenções e conveniências
A noite vai ser longa
O dia sem graça, e eu já fiz de tudo

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Um e só

Só, eu vou indo voltar pra nós
Quis ser abrigo, alento à voz
Não, não passo, volta o rastro

É sentimento sem perdão

Clareia e vem, desdobra o trem de luz
Eu pus no armazém
De cada estrada, de caminhão passou
Chegou a bater na dor, voltou

Cruzou por mim, não era eu
Adeus, atrás, assim, assim

E aqui, corri pra ser o mar, não fui
Perdi naquela noite, açoite teu

É céu, vazio de estrelas
Pelas janelas, pelas beiras, velhas canções
E só, razões pra um, é dois, é ruim

Depois de cada frase, um ponto
Um conto que não teve fim